Marketing da Autópsia

Podemos usar a analogia, em comparações estabelecidas, entre o marketing e a medicina. Nem todas deveriam ser feitas.

Uma das comparações a se evitar diz respeito à aplicação da autópsia no marketing. É muito fácil diagnosticar a doença analisando o defunto, porém, depois de perder o paciente nada mais pode ser feito e o destino do laudo é compor apenas mais uma estatística. No caso do marketing, o defunto é a marca.

Analisar meses de diminuição nas vendas, redução de share e queda de rentabilidade não adianta muito, pois o defunto já estará “defunto”.

À mesa de reuniões tomada por altos salários, a pressão forte, o estresse permeando o ambiente, o custo altíssimo de gestão e o investimento em marketing discutem o defunto. Porém, a verdadeira função de todos à mesa seria a de prevenir doenças e preservar a saúde de sua marca, produto e empresa.

O caminho dessa necessária saúde, na verdade, são muitos caminhos: cuidar da marca, blindá-la perante a concorrência, expandir sua presença e relevância perante o mercado e o consumidor, garantir sua distribuição com programas de mercado vencedores e fomentar um relacionamento baseado no “ganha-ganha”. Esses são alguns dos caminhos essenciais.

Adquirir domínio do ecossistema de marca, a inteligência do BI, do Big Data e da comunicação one-to-one é o que devemos aplicar em nosso marketing, extraindo da tecnologia, adicionando nosso talento e competência para criar e sustentar o futuro das marcas.

Construir a jornada de compra do consumidor, criar relevância para ganhar recorrência, expandir o cenário de contatos com os públicos-alvos são formas de evitar o defunto e sair do marketing da autópsia.

A Zicard cuida e constrói o domínio desse organismo, desse ecossistema, do B2B ao B2C com tracking do sell in e sell out.


Unique Selling Proposition

Esse sempre foi o grande desafio e a grande chave facilitadora para o sucesso de vendas de uma marca, em todos os canais. Para os que pensam que apenas uma boa frase vendedora com uma boa arte resolveria a questão, puro engano. Nem sempre é assim!

Nessa “chave” de comunicação USP estavam embarcados todos os atributos de marketing que a marca queria passar, até porque, não me refiro apenas ao approach, mas ao conjunto estético, criativo, de cores, escolha da tipografia, a harmonia entre marca, embalagem, apelos e, principalmente, seu diferencial competitivo, O MOTE.

Poucas são as inspirações de hoje onde conseguimos encontrar de forma unificada, e em completo equilíbrio, esses fatores tão eficientes do século passado, que atravessarão décadas na cabeça e alma de duas, três, quatro e muitas gerações. Exs.: 51 - Uma boa ideia; Nescau. Energia que dá gosto; A diferença é que o Estadão funciona; BomBril tem mil e uma utilidades; Tomou Doril a dor sumiu; etc.

Poderíamos lembrar de mais uma dezena de USP, pois eram respeitadas pela criação, em suas naturais adequações aos meios de comunicação da época, carregadas de talento e marketing.

Com o novo mundo, não tão novo assim, o mundo digital, as telas e mais telas, mais resumos sintéticos de um USP, com raras exceções, nos colocam diante de um caleidoscópio de interpretações ou percepções da marca pois, no conceito de hoje, a marca é que tem de se adaptar às telas.

Também é verdade, eu concordo e luto por isso, mas sem desfigurá-la, sem perder a personalidade, o USP e, assim, manter sua alma e propositura incólumes em qualquer versão.

A armadura de hoje é o mesmo que o reativismo de ontem e chama-se “falta de alinhamento de marketing”. O criativo precisa dessa cultura ou de trabalhar alinhado com quem conhece. Nada se sustenta só porque é bonitinho ou moderninho, afinal “Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”